quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

gastei o meu amor nos poemas


Gastei o meu amor nos poemas

elegia infinita da palavra.

Gastei-o pelos teus passos

que outros caminhos pisaram

nas intermináveis horas de solidão.

Gastei a minha ternura

nas folhas brancas da espera.

Gastei-a pelos teus braços

que só os meus braços quiseram

quando outros braços te perderam.

Gastei os meus olhos

nos retratos de outras cidades.

Gastei-os na memória dos teus olhos

quando outros olhos me abandonaram.

Assim se gastou o meu amor

elegia da palavra

poema eterno de ti.

(Teresa Cuco; "do Amor e da Espada", corpos editora, 2008)

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