Sei do que falas.
Sei da noite a agigantar-se
medonha
Sei dos tentáculos a multiplicarem-se dentro das horas
e das horas a encolherem-se dentro dos dias.
Sei do barulho na cabeça
a empurrar o silêncio
a minar o silêncio
a sufocar o silêncio
Sei do peso sem palavras
sem gestos
sem rostos
peso da agonia
do beco sem saída
a entranhar-se por dentro da esperança
Sim.
Eu sei do que falas.
Sei do que sentes.
Sei das guerras, dos tormentos
das esquinas sem ruas e sem praças
e de andar perdida
sem encontrar a minha casa
E sei do medo
E da morte
Eu sei.
Por isso não quero que saibas.
(Teresa Cuco)
quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010
agora...
Agora
agita-se o coração
e baralham-se as palavras
permaneço aqui-ainda aqui-
na ideia da minha Casa
e vou e voo neste céu
e deito-me e flutuo neste chão
e ergo-me em mim
nesta prece de pedras sagradas
que mudas reverenciam
a memória de outras Casas
e o meu coração enche-se do Silêncio
e o meu peito banha-se deste universo
e eu já não tenho medo
porque já não quero
E a minha estrela está lá.
No coração da terra.
(Teresa Cuco)
agita-se o coração
e baralham-se as palavras
permaneço aqui-ainda aqui-
na ideia da minha Casa
e vou e voo neste céu
e deito-me e flutuo neste chão
e ergo-me em mim
nesta prece de pedras sagradas
que mudas reverenciam
a memória de outras Casas
e o meu coração enche-se do Silêncio
e o meu peito banha-se deste universo
e eu já não tenho medo
porque já não quero
E a minha estrela está lá.
No coração da terra.
(Teresa Cuco)
senta-te aqui...
Senta-te aqui
Sossega em ti
Não prendas a vida
Aceita os limites
Aceita o tempo
Aceita o medo
Assim os transcenderás.
(Teresa Cuco)
Sossega em ti
Não prendas a vida
Aceita os limites
Aceita o tempo
Aceita o medo
Assim os transcenderás.
(Teresa Cuco)
sou quem sou...
Sou quem sou
no espelho dos teus olhos
Pouso o coração
nas tuas mãos em concha
e acredito na magia
da minha solidão.
Eu cruzei mares para te ver
Trazia um caminho no sangue
e uma luz
única
urgente
para te devolver.
(Teresa Cuco)
no espelho dos teus olhos
Pouso o coração
nas tuas mãos em concha
e acredito na magia
da minha solidão.
Eu cruzei mares para te ver
Trazia um caminho no sangue
e uma luz
única
urgente
para te devolver.
(Teresa Cuco)
fecho-me aqui...
Fecho-me aqui
ao redor de ti
Depois ergo uma noite
sem fim
Penduro estrelas no meu céu
Beijo a boca das palavras
E deito-me no silêncio.
Sem mágoas.
(Teresa Cuco)
ao redor de ti
Depois ergo uma noite
sem fim
Penduro estrelas no meu céu
Beijo a boca das palavras
E deito-me no silêncio.
Sem mágoas.
(Teresa Cuco)
Estende-se a meus pés ...
Estende-se a meus pés
o mar da vida
A outra metade da vida
O colo de um Deus oculto
Os braços de uma mãe paciente
Toma a minha mão
Sejamos crianças
Na outra metade da vida.
(Teresa Cuco)
o mar da vida
A outra metade da vida
O colo de um Deus oculto
Os braços de uma mãe paciente
Toma a minha mão
Sejamos crianças
Na outra metade da vida.
(Teresa Cuco)
Arrastas essas cadeias...
Arrastas essas cadeias
embrenhas-te nessa bruma
e sonhas com rios
onde as aves matarão a sede
e o mundo lavará as mágoas .
Entretanto, os relógios não se calam!!!
E há um grito de urgência
em tudo o que não fazes.
(Teresa Cuco)
embrenhas-te nessa bruma
e sonhas com rios
onde as aves matarão a sede
e o mundo lavará as mágoas .
Entretanto, os relógios não se calam!!!
E há um grito de urgência
em tudo o que não fazes.
(Teresa Cuco)
Há gritos...
Há gritos partidos nas portas que não batem.
Ainda procuro aquela janela em cruz no meio da noite cerrada.
(Teresa Cuco)
Ainda procuro aquela janela em cruz no meio da noite cerrada.
(Teresa Cuco)
Faltava-lhe o sono...
Faltava-lhe o sono.
O espaço onde a alma se regenera…dizem.
Amanhã seria outro dia
(como se amanhã fosse mais que o prolongar do primeiro dia)
Inclinou-se sobre si
como se fosse outra.
A outra.
E procurou algum sinal de esperança nas cordas emaranhadas do tempo.
Às vezes, lembrava-se de ter sido criança
mas nunca o sonho
nunca o conto de fadas.
Depois fazia um derradeiro esforço
e lembrava-se que lhe haviam contado histórias...
mas não se lembrava do que sentia.
Não se lembrava de sentir.
Lembrava-se de não lhe apetecer a vida.
Nem o riso.
Só muito mais tarde se lembrava de ter rido.
Agora também se esquecia muitas vezes
mas já lhe apetecia mais a vida.
Não sabia porquê.
Há pouco tempo sentira raiva
revolta.
-a raiva inventa uma almofada dentro do peito
e dá-nos coragem para as coisas mais impensadas-dizia-.
fazia-lhe mal a mentira.
E a omissão, que é a mentira dissimulada.
Achava que não sabia amar.
Por isso, ninguém a amava.
Pensava, no entanto, que as suas mãos tinham um amor inexplicavelmente grande…
depois passou-a raiva- como que por magia
e levou-lhe a coragem…
mas não se importou porque sabia que a almofada não era de verdade.
(teresa cuco)
O espaço onde a alma se regenera…dizem.
Amanhã seria outro dia
(como se amanhã fosse mais que o prolongar do primeiro dia)
Inclinou-se sobre si
como se fosse outra.
A outra.
E procurou algum sinal de esperança nas cordas emaranhadas do tempo.
Às vezes, lembrava-se de ter sido criança
mas nunca o sonho
nunca o conto de fadas.
Depois fazia um derradeiro esforço
e lembrava-se que lhe haviam contado histórias...
mas não se lembrava do que sentia.
Não se lembrava de sentir.
Lembrava-se de não lhe apetecer a vida.
Nem o riso.
Só muito mais tarde se lembrava de ter rido.
Agora também se esquecia muitas vezes
mas já lhe apetecia mais a vida.
Não sabia porquê.
Há pouco tempo sentira raiva
revolta.
-a raiva inventa uma almofada dentro do peito
e dá-nos coragem para as coisas mais impensadas-dizia-.
fazia-lhe mal a mentira.
E a omissão, que é a mentira dissimulada.
Achava que não sabia amar.
Por isso, ninguém a amava.
Pensava, no entanto, que as suas mãos tinham um amor inexplicavelmente grande…
depois passou-a raiva- como que por magia
e levou-lhe a coragem…
mas não se importou porque sabia que a almofada não era de verdade.
(teresa cuco)
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