quinta-feira, 19 de março de 2009

digo Amor






Digo Amor.

não sei que outro nome teriam as mãos

que à noite se lançam e cortam os corpos como espadas

e revolvem entranhas e encetam jornadas.

A noite

traz silenciosas angústias

e obriga a que apertemos contra o peito

um qualquer resto de inocência

que nos sirva no labirinto.

Depois,

há palavras que queimamos na carne

para que nunca nos esqueçamos de quem somos.

Digo Amor

morte

impermanência

verdade

fé.

E digo Amor outra vez.

Não sei que outro nome teria este espaço

onde se deita o coração

para seguirmos adiante

derrubando montanhas

e desbravando caminhos.

Rumo à Terra que há em nós.

(Teresa Cuco in do Amor e da Espada- corpos editora, 2008)

*imagem retirada da capa de l´homme et son double, de Étienne Guillé, éditions accarias, l'originel, 2000

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