Gastei o meu amor nos poemas
elegia infinita da palavra.
Gastei-o pelos teus passos
que outros caminhos pisaram
nas intermináveis horas de solidão.
Gastei a minha ternura
nas folhas brancas da espera.
Gastei-a pelos teus braços
que só os meus braços quiseram
quando outros braços te perderam.
Gastei os meus olhos
nos retratos de outras cidades.
Gastei-os na memória dos teus olhos
quando outros olhos me abandonaram.
Assim se gastou o meu amor
elegia da palavra
poema eterno de ti.
Sem comentários:
Enviar um comentário