Sei do que falas.
Sei da noite a agigantar-se
medonha
Sei dos tentáculos a multiplicarem-se dentro das horas
e das horas a encolherem-se dentro dos dias.
Sei do barulho na cabeça
a empurrar o silêncio
a minar o silêncio
a sufocar o silêncio
Sei do peso sem palavras
sem gestos
sem rostos
peso da agonia
do beco sem saída
a entranhar-se por dentro da esperança
Sim.
Eu sei do que falas.
Sei do que sentes.
Sei das guerras, dos tormentos
das esquinas sem ruas e sem praças
e de andar perdida
sem encontrar a minha casa
E sei do medo
E da morte
Eu sei.
Por isso não quero que saibas.
(Teresa Cuco)
3 comentários:
...que saudades de a ler :-)
Beijinho
Já tinha saudades das tuas palavras, Teresa.
obrigada aos dois... é bom tê-los por aqui:)
abraço
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