
Digo Amor.
não sei que outro nome teriam as mãos
que à noite se lançam e cortam os corpos como espadas
e revolvem entranhas e encetam jornadas.
A noite
traz silenciosas angústias
e obriga a que apertemos contra o peito
um qualquer resto de inocência
que nos sirva no labirinto.
Depois,
há palavras que queimamos na carne
para que nunca nos esqueçamos de quem somos.
Digo Amor
morte
impermanência
verdade
fé.
E digo Amor outra vez.
Não sei que outro nome teria este espaço
onde se deita o coração
para seguirmos adiante
derrubando montanhas
e desbravando caminhos.
Rumo à Terra que há em nós.
(Teresa Cuco in do Amor e da Espada- corpos editora, 2008)
*imagem retirada da capa de l´homme et son double, de Étienne Guillé, éditions accarias, l'originel, 2000